Início Nossa Equipe Sobre o Blog Fics Enviadas Por Leitores Envie Sua Fic! Fics One Shot Fics One Shot Yaoi Fanfics

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Something new




                    Viagens internacionais faziam parte do meu cotidiano, infelizmente eu não as fazia por diversão e sim a trabalho. Essa seria minha primeira viagem de “férias” e um país tema para esse conceito seria o Hawaii. Uma amiga me acompanharia, tudo estava indo conforme o planejado, uma semana antes da viagem comprei roupas de banho e vários itens para o verão. O dia tão esperado chegou rapidamente, fui para o aeroporto totalmente pronta para os meus dias de folga, encontrei minha acompanhante ali mesmo e seguimos juntas. Ao pisar no Hawaii já era possível sentir o clima tropical e o cheiro do mar, não apenas a paisagem era maravilhosa, o quarto de hotel também era: dois quartos, banheira, jardim de inverno e até uma sala. Baixa temporada trazia essas vantagens, tudo era mais barato pela falta de movimento, agora era só aproveitar. Mal desfiz as malas e já estava colocando um biquini e um vestido branco por cima, passei um protetor solar, coloquei um óculos de sol e já estava andando pela cidade. A primeira parada foi um restaurante de frutos do mar. Nunca havia comido caranguejos tão frescos antes e nem uma salada de salmão tão refrescante, estava de barriga cheia e feliz por ter gastado meu dinheiro com algo pelo simples prazer de degustar algo bom. Para digerir a comida visitamos algumas barracas de uma feirinha que acontecia por ali perto, haviam vários itens de artesanato, comprei várias pulseiras, lembrancinhas para a família e sorvete (nunca pode faltar em uma caminhada). Passamos o resto da tarde na praia e logo depois procuramos algum lugar para jantar, chegamos no hotel esgotadas, mas mal podíamos esperar pelo dia seguinte. Logo de manhã já estávamos de pé e a procura de café da manhã, no segundo dia ficaríamos a tarde toda em um parque aquático, mais tarde iríamos a um clube aproveitar também a noite. Já começamos nos toboáguas de forma bem ousada, depois foram vários brinquedos e piscinas diferenciadas até dar a hora do almoço, comemos um lanche por ali e como possuo um pouco do espirito de velha, acabei deitando em uma rede debaixo de uma sombra e adormeci. Acordei babando um pouco, confesso. Olhei em volta e nada da Jen, conferi a hora e constatei que minha soneca durara por umas três horas, me levantei ainda com o corpo meio mole, segui andando a procura da minha amiga sumida, peguei o celular e comecei a digitar uma mensagem, porém fui distraída e esbarrei em alguém, nesse ato meu celular e o da pessoa que teve a infelicidade de trombar comigo caiu no chão, eu só esperava não estar com a tela quebrada. 

- M-me desculpe. - Expressei em inglês pegando meu celular rapidamente.
- Tudo bem.


                    Ele me respondeu na mesma língua. Sua figura era estranha, todo excêntrico, magrelo e óculos que pareciam os olhos de uma mosca, não reparei muito, pois logo vi a Jen, com o celular em mãos fui em sua direção. A Jen havia conhecido um homem que também viera com um amigo, o cenário era óbvio: ela ficaria com esse cara e seu amigo seria arranjado para mim. O cara se chamava Mike e seu amigo era Greg, dei uma chance para conhecer, Greg tinha uma aparência mediana, mas porque não ? Fomos ao clube mais tarde e achei um motivo para não dar uma chance, Greg não sabia conversar e seu jeito era forçado, assim como suas piadas, não possuía nem um pouco de maturidade, era o perfeito exemplar do tipo de homem que eu abominava. A Jen estava se “enroscando” com Mike e eu não aguentava mais Greg, fui para o banheiro e depois fui embora, sim aquilo fora uma fuga, mas eu não podia aguentar mais, dormir seria melhor para o dia de amanhã. Depois de tomar um banho, deitei cansada e peguei o celular para navegar um pouco pela internet, fazia um tempo que eu não me desligava tanto tempo de um smartphone. Apertei no botão pronta para a digital fazer seu trabalho, porém não estava reconhecendo, me sentei na cama chocada ao ver um plano de fundo diferente do meu e umas escritas do que parecia ser coreano. Logo veio a mente o momento em que esbarrei com aquele homem no parque, talvez ele estivesse com meu celular, peguei o telefone do hotel e comecei a digitar meu número, não completei a ligação ao ver que eram duas da manhã no relógio. Me deitei frustrada, ligaria de manhã e veremos no que daria, mas alguns minutos depois ressoou um toque, peguei o celular, o nome do contato estava em coreano, atendi o FaceTime na esperança de ser o dono.

- Hyuuuuuung, estou com saudadeees … - Não entendi uma palavra do seu coreano, ele aparentava estar sob efeito alcoólico e não era o homem que eu vira mais cedo no parque.
- Oi ? - Respondi em inglês.
- Mas o que …

                    Fiquei sem entender e constrangida, desliguei o FaceTime, de manhã eu daria um jeito. A manhã chegou lentamente, coloquei um shorts jeans, uma blusa branca soltinha e uma sandália, antes de eu tentar ligar para o meu celular (que estava em posse de alguém desconhecido) o aparelho em minhas mãos tocou, era uma chamada que não estava na lista de contatos, atendi com um pouco de esperança. No outro lado da linha a voz estava um pouco rouca, uma voz que acabara de despertar. 

- Oi … bom dia ? - Respondi com a clareza da minha incerteza no diálogo.
- Bom dia … - Ele também se sentia desconfortável sobre o tema.
- Acho que nossos celulares foram trocados … - Ah, não me diga. 
- Sim … me desculpe por isso.
- Onde podemos nos encontrar ? - Só queria resolver essa questão rapidamente.
- Por causa de alguns assuntos eu não posso me encontrar publicamente com você. - A conversa estava rumando ao esquisito.
- Hum … assim fica um pouco difícil. 
- Não sou um psicopata, não se preocupe, só preciso do meu celular de volta.
- Não insinuei isso … me desculpe.
- Então me encontre no hotel Four Seasons, quarto 1038. - Não parecia muito seguro eu ir no quarto de um estranho.
- Horário ? 
- Agora ? Desculpe, não posso ficar muito tempo longe do meu celular, pode-se dizer que sou um workholic. - Ele soltou um riso de educação.
- Ok, tudo bem.

                    Desliguei o celular e já estava a caminho. Dentro do taxi eu tinha muitos pensamentos, eu era uma mulher turista, mesmo de manhã era um encontro perigoso, podia ser um estuprador, um maníaco serial killer, meu pensamento podia ser exagerado, podia-se dizer que era moldada por documentários e programas de TV sobre o assunto, principalmente o Investigação Discovery: histórias de sequestro, tráfico de pessoas e banho de sangue. Comecei a tremer ao lembrar das histórias e nem tinha como deixar uma mensagem para a Jen depois de ter saído do hotel, agora eu deveria me proteger. No Saguão do hotel procurei a recepção, pedi para que ligasse no quarto 1038, para o respectivo hospede descer, era muito arriscado eu ir ao seu quarto, estava convicta de que eu não subiria, humanos não são confiáveis e eu deveria prevenir situações de risco. Para minha infelicidade o senhor hospede insistiu para que eu subisse, fui com o coração desesperado e mão trêmulas no meu desodorante, qualquer ação suspeita viria um ataque. Bati na porta e voltei um passo, logo um homem alto, magro de regata, shorts rasgado, cabelo bagunçado e uma cor que parecia um laranja desbotado. Sua feição era fechada.

- Por favor, entre. - Ele pediu de forma educada.
- Desculpa, eu estou com pressa, então podemos só trocar os celulares aqui ? 
- Entre logo. - Ele suspirou enquanto falava, talvez ele fosse realmente fazer algo comigo ? Depois de insistir eu entrei, mas fiquei perto da porta com a mão dentro da bolsa segurando o desodorante. - Sente-se e me entregue o celular. - Ele estava sério e incomodado com algo. 
- Eu estou bem, não quero te atrapalhar, então vamos fazer isso logo. - Forcei um sorriso.
- Desculpa, eu preciso ver se meu celular foi invadido. - Falou enquanto eu fazia a troca de celulares. - E você precisa ficar aqui enquanto eu faço isso.
- Porque … ? Eu não tenho interesse nele e tem uma senha. - Ele só podia ser um louco.
- A senha não impede hackers, o que tem aqui pode me comprometer. 
- Eu não sei quem você é e não tenho interesse nos seus assuntos, então eu posso ir ? - Me virei já agarrando a maçaneta, senti uma mão agarrar a minha cintura, imediatamente espirrei meu desodorante em seus olhos.
- AAAAARGH ! SUA LOUCA ! - Ele correu para o banheiro lavar os olhos e eu fui procurar o cartão para abrir a porta, maldita porta de hotel! Ele voltou rapidamente com o rosto todo molhado e segurou ambos meus pulsos, encostou minhas costas na parede para impedir meus movimentos. - DEIXE EU EXPLICAR! Eu só ia tirar uma selfie, achei que era uma fã ! 
- Fã ? Eu já disse que não sei quem você é ! Agora me solte !
- Depois desse ataque eu acho que sim … - Eu vi um sorriso discreto e real em seu rosto, era inesperado naquela situação, mas aquela breve curvatura em seus lábios capturou a atenção dos meus olhos de uma forma jamais já feita em minha vida. Ele soltou meus braços e se apresentou. - Me chamo Kwon Ji Yong, faço parte de uma banda de garagem na Coréia, tenho algumas poucas fãs loucas que tentam invadir minha vida privada e admito, sou um pouco narcisista, prazer. 
- P-prazer. - Ainda estava em choque com tudo aquilo.
- Já tomou café da manhã ? 
- Já, agora … - Menti e fui pega no ato quando minha barriga roncou.
- Acho que alguém está com fome, vamos comer algo.

                    Ji Yong colocou um boné escondendo seus cabelos, tênis e um óculos de sol, pegou em minha mão e me arrastou pelo corredor, parei no meio do caminho me recusando, mas ele insistiu falando que era para se desculpar. Admito que me rendi, no momento ele parecera tão vulnerável e sozinho, acabei indo comer com alguém que acabei de conhecer. Ele era uma pessoa divertida, a conversa começou lenta, mas de alguma forma acabei mergulhando e o café da manhã se estendeu para uma caminhada na praia e até a loucura de pular de Bungee Jump. Ji Yong me provocava bastante, fazia piadas e brincava bastante, porém era divertido, parecia uma amigo de longa data. Já a noite compramos algumas bebidas e salgadinhos para levar ao quarto de Ji Yong para comermos enquanto jogávamos um jogo de cartas. Me assustei ao ver o horário e me levantei bruscamente.

- Meu deus, já é esse horário ? Você podia ter me expulsado! - Minhas mãos já procuravam minha bolsa, porém ela acabou encontrando a mão de Ji Yong.
- Você não pode passar a noite ?


                   Pude sentir o pesar de suas palavras naquele momento, suas mãos frias a procura de algum calor, não sabia exatamente o porque de seus olhos me cativarem tanto naquele momento, me sentei na cama ao lado dele, meu corpo queria desesperadamente consola-lo, antes que eu fizesse algo senti seus lábios se apoiando nos meus, nossas línguas fizeram o primeiro contato se entrelaçando de forma suave e introdutiva como se estivesse me dando as boas vindas. Senti seu toque primeiro em meu rosto, descendo de forma carinhosa até a minha cintura, sua boca seguiu o mesmo ritmo roçando em meu pescoço no formato de vários beijos leves. Minha pele se arrepiava ao seu acariciar, o contato com as nossas peles se tornava cada vez mais intimo, se revelado em um passo de cada vez sem, apressar. Deitei na cama e Ji Yong se posicionou sobre mim, ele continuou a beijar todo meu corpo, tirar as minhas roupas, chegou até o meu intimo e com a boca estimulou meu clitóris incitando meu prazer, soltei alguns gemidos e logo nos unimos. Queria poder abraçar sua solidão, transmitir que ele não estava sozinho, eu estava ali. Naquela noite refrescante, nossos corpos se roçavam liberando nossa satisfação de estarmos juntos, até chegar ao ápice. Acordei com a presença do sol no quarto, abri um olho e me espreguicei um pouco, a cama estava confortável e com o cheiro de Ji Yong, assim lembrei da noite passada, abri os olhos a procura dele. Eu estava sozinha na cama e no quarto também, prestes a me levantar para checar o cômodo, avistei um bilhete que dizia: “ Obrigado por me chamar e me deixar ser Kwon Ji Yong. “. Nesse momento veio uma corrente de ar fria da sacada, ao mesmo tempo que eu me sentia triste, eu não podia deixar de entende-lo. Me despedi silenciosamente daquela noite de sonhos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário