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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

What Can I Do - Parte 34



LEE SEUNG HYUN VERSION ON.

                    Ainda estava balançado com as palavras de Iseul e acabei por mostrar uma parte vulnerável e desconhecida de mim mesmo, a abracei firme como agradecimento e consolo, o calor emanado de nossos corpos esquentava meu coração confuso e amuado enquanto acolhia a solidão de Iseul que me observava complacente desde o momento do nosso primeiro encontro prematuro e infantil. Após esses pensamentos correrem por mim, a pressa e a inquietação tomaram posse, sentia uma dor incômoda no estômago de ansiedade e o que foram vinte minutos de percurso para o nosso apartamento pareceram horas, mesmo com o rádio ligado, o som da respiração era abafado e pesado, diversas imagens e hipóteses se passavam na minha cabeça, o qual ao contrário do tempo se passava rapidamente e diversas vezes. Não fiz questão de checar e estacionar adequadamente o carro, segundo Young Bae ela havia desaparecido, ninguém sabia de nada e a ligação não era completada. As chances de ela estar no apartamento eram mínimas, mas podiam haver pistas … alguma coisa que me levasse a ela, não poderia acabar assim ridiculamente, de forma alguma. Subi as escadas correndo, no momento esperar um elevador era sufocante demais, tropecei uma ou duas vezes nos degraus, mesmo o papel de tonto não me importava naquela hora. Meu desespero fora despejado na porta de madeira, abri-a de uma forma bruta como se eu quisesse chutar o obstáculo à minha frente, apesar da entrada apressada, parei por um momento, como se eu precisasse prestar respeito a um lugar sagrado, andei calmamente pela sala enquanto relembrava dos nossos momentos juntos, tudo estava em seu devido lugar desde o dia da revelação no qual a levei para um passeio na praia. Restavam resquícios de seu perfume no nosso quarto, observei mais um pouco e com dor no peito comecei a abrir seu guarda-roupa e os lugares que depositava suas coisas. Mesmo com raiva eu a amava, tratei todas as suas coisas deixadas para trás com cuidado, passei a tarde ali procurando por algo, porém não havia nada. Sentei na cama e suspirei profundamente, abaixei a cabeça e a encaixei entre minhas mãos, agora eu deveria pensar no próximo passo, mas ao fazer essa ação pude ver de relance um borrão preto saindo debaixo da cama, imediatamente fui checar o que era, puxei para fora uma mala semi-preparada, parecia ter sido deixada as pressas, abri e pude ver todas as suas coisas, aquilo era uma prova concreta de que ela já pensava em me deixar. Abri a mala e dessa vez a raiva foi um pouco maior que o amor, eu já não remexia mais com tanto cuidado, maioria eram roupas, em uma pequena bolsa encontrei diversos remédios para vários tipos de dores e o amor voltou a prevalecer nesse meu desequilíbrio emocional e explosivo, no fundo da mala avistei algo parecido com um livro, ao abrir era um álbum de recordações no qual ela retratara momentos nossos. Na primeira página era uma foto minha dormindo, da nossa “primeira” noite, tinham fotos de quando fomos ao Japão, fotos de quando invadimos o zoológico e a maior parte era dentro deste apartamento, ao virar as páginas meus olhos embaçavam, sequei-os com a manga da blusa ao ver um pequeno pacote de presente com meu nome nele, abri com cuidado e dentro havia uma pulseira e uma pequena carta que dizia: “ Nessa viagem para o Japão pude te conhecer melhor, apesar do incidente eu estou agradecida, então aceite este pequeno presente.” . Segurei a pulseira fortemente contra o meu rosto enquanto as lágrimas escapavam conturbando ainda mais minha mente. Sai do apartamento com o coração apertado e a pulseira no braço, liguei para Seung Hyun Hyung, proferi poucas e secas palavras marcando um encontro, não queria admitir, mas ele pode ser a pessoa com mais respostas no momento, também precisávamos conversar de forma sincera e sem segredos, ele era meu Hyung de tantos anos e ainda assim escondeu tanta coisa de mim. Já me encontrava no local de encontro, um café de idas regulares do BIGBANG, pedi algo amargo para a ressaca e para a razão, depois de algum tempo o Hyung chegou sem deixar para trás o rótulo de atrasado. Tomei um gole do meu café sem saber como iniciar a conversa.

- Então agora quer conversar ? - Seung Hyun Hyung forçou um sorriso e percebeu seu tom de voz. - Desculpa, não queria ser irônico. 
-  Huhum. - Ainda estava nervoso por Seung Hyun ter omitido tudo sobre todo esse tempo e ainda por ter se apaixonado por ela, talvez eu não deveria ter tomado a iniciativa para uma conversa.
- Então … tem algo que você queira falar ? - Ele falava com receio e seus olhos miravam a xícara de café.
- Você sabe aonde ela … - Engoli meu orgulho por um momento e fui direito ao assunto, porém fui cortado.
- Me desculpe por ter te dado um soco, eu estava exaltado aquele dia e não foi justo eu esconder tudo de você, se eu gosto dela eu deveria ter te contado, te deixar consciente, é ela que decide quem é o melhor. Me desculpe. - Sem rodeios Choi Seung Hyun foi falando. - Como pedido de desculpas eu irei te responder qualquer coisa que queira saber. 
- Me conte tudo que sabe.  - Ele se preparou soltando um suspiro.
- Sua doença foi descoberta quando ela era criança, então ela passou por todo o tratamento e por uma cirurgia, mas não conseguiram tirar todo o tumor, então logo o câncer voltou a desenvolver, por causa disso os pais dela estavam forçando a fazer outra cirurgia, só que como já é a segunda vez os riscos são maiores e ela diz ter sofrido muito com o tratamento. Além de tudo ela nunca viveu livremente, por ser frágil desde pequena seus pais a prendiam em casa, por isso ela fugiu para a Coréia, para poder morrer livre e sem arrependimentos. - Aparentemente estava calmo, mas era possível sentir a preocupação que ele sentia. - Mesmo depois de tudo isso eu discuti com ela, dizendo que ela não podia ter esse pensamento egoísta e deveria te contar, mas ela estava tão convicta de que era o melhor, então eu … eu não pude deixa-la sozinha e ainda acabei me apaixonando. Sei que nunca conseguirei competir, porque nossa amizade só começou por sua causa, tudo era por você, ela pode ter mentido, mas ela realmente se importa e te ama.

                    Suas palavras me fizeram sentir um peso maior, sentia imaturo ao guardar ressentimentos do Hyung, mentiras e omissões sempre foram difíceis de digerir e sempre serão, a sensação de ter sido deixado para trás não saia de mim, uma dor mental e física se apegava  a mim, enquanto eu não a visse, tudo isso continuaria, toda essa insegurança, incerteza e confusão. Ao me retirar do nosso pequeno, rápido e amargo encontro, Hyung adicionou que fora procura-la em sua casa no Japão, mas sem sucesso. Sem muita esperança liguei para Kim, elas eram amigas desde criança, então ela deveria saber mais, entretanto acabou sendo as mesmas palavras de Seung Hyun Hyung. Naquele dia nem um banho quente ajudava, continuava com a mesma sensação de tensão pelo corpo, vesti uma roupa intima e ignorei meu cabelo úmido, deitei na cama sem sinal de fome, olhei para o teto branco e me perdi em pensamentos, sai do transe com o toque de mensagem do celular, o agarrei rapidamente e suspirei descontente ao ver o nome Ji Yong questionando meu paradeiro. Porque não sofrer mais revendo umas fotos juntos ? Sempre era possível ser mais trouxa. A noite parecia interminável e liguei apenas umas vinte vezes para ela caindo sempre na “tia” chata da gravação. Tentei me distrair jogando moba ao amanhecer, mas não muito tempo de jogo - não achava que estava cometendo tantas gafes - me expulsaram do time. Fiz algo para comer mas não dei mais do que duas colheradas, me senti melhor quando soube do meu compromisso mais tarde, me ocupar de certa forma era bom e ao mesmo tempo ruim, bom por ser um passa tempo, uma distração, ruim a desinquietação e a tensão. Queria ir atrás e fazer algo e ao mesmo tempo queria esquecer disso um pouco, resumindo estava complicado de lidar. Os dias se passaram, minhas “pequenas” olheiras aumentaram e o meu cansaço também, talvez a única pessoa da qual eu podia me apoiar e amar era eu mesmo e mais ninguém, maldito mundo traiçoeiro. Finalmente conclui que não podia me abster mais, fui agir antes que meu corpo pudesse perecer neste formato enfadonho. Recordei de seu amigo de infância, motivo de meu ataque de ciúmes e desencadeamento de meus sentimentos no Japão, Ryuuji. Porém era tudo que eu me recordava, um nome e seu rosto. Para desencargo de consciência fiz uma rápida busca no google, existiam milhares de Ryuujis no Japão, mesmo assim tentei, para minha surpresa o achei rapidamente, esse Ryuuji não era qualquer Ryuuji, ele era um cantor e ícone de moda em Harajuku. Melhor para mim. Chequei minha agenda com meu empresário, agora só faltava ir. Joguei algumas roupas dentro de uma mala de mão pequena, assim depois da entrevista eu já partiria. Quanto mais perto eu estava do Japão, mais nervoso eu ficava. O que Ryuuji teria para me contar ? Naquele dia ele estaria fazendo uma sessão de fotos em Harajuku para uma revista de moda, tentei ser o mais discreto possível para ir ao seu encontro, porém era algo difícil a se fazer naquele país. Fiquei pela área até achar uma brecha, em seu intervalo eu o abordei, o mesmo até se assustou.

- O que está fazendo aqui ? - Dizia espantado.
- Primeira vez que nos vemos, prazer. - Estendi a mão tentando ser educado, mas não consegui evitar o tom ameaçador.
- A-ah, uma honra conhecer alguém tão famoso. - Ele me cumprimentou hesitante.
- Não tenho muito tempo, então vou ser direto, Hibiki … - Uma das produtoras da sessão de fotos me cortou ao me ver.
- Seung-chan ! 
- Como vai Saori-san! - Forcei um sorriso.
- Não sabia que conhecia o Ryu ! - Ela estava surpresa.
- Sim, nós somos amigos ! - Ele ficou confuso e eu passei meu braço por volta de seu ombro só para dar uma “forçada” na imagem de amigos.
- Posso tirar uma foto com vocês ? 
- Claro, o que Saori-san quiser. - Juntamos os três como se fôssemos todos amigos e eu só queria conversa em privado com Ryuuji.
- Almoce conosco Seung-chan. - Ela fazia uma feição de entusiasmo.
- E-eu precisava fazer umas coisas… 

                    Antes que de assentir eu já estava lá, almoçando com aquele cara e mais sua equipe. Minhas pernas demonstravam minha inquietação e Ryuuji se sentia claramente incomodado com o meu olhar, com certeza se perguntava o que diabos eu queria com ele. Era impossível ela não ter contado sobre mim … será ? Aquele almoço parecia acabar nunca e para ajudar a sessão começara logo em seguida, conclusão ? Eu esperei, esperei como se eu não tivesse nada para fazer, depois ainda teve um jantar e karaokê, acabei participando de tudo, tudo para conseguir conversar sozinho com Ryuuji. 

- Ok, até no meu apartamento ? Tá achando que eu sou gay ? Vocé é fofo, mas não to afim hoje. - Dizia enquanto pegava um cigarro.
- Eu preciso conversar com você. Por favor. - Estava praticamente implorando a ele. 
- Conversar sobre ? 
- Hibiki Aiya. - Ele fez uma feição preocupada. 
- Eu estava tentando fingir que eu não sabia de nada, para não te esganar seu tarado. - De repente senti uma dor aguda nas minhas partes baixas. 
- AAAAAAAAAAAARGHHHHH! AAAAAAAAAAAAAH ! - Cai de joelhos.
- Belo seiza. Obrigado. - Ele sorriu enquanto eu agonizava, antes que entrasse o agarrei pelo tornozelo, aquela conversa não podia acabar ali, não depois de uma joelhada nas partes baixas.
- Por favor … - Ryuuji suspirou enquanto soltava uma fumaça densa de cigarro.
- Entre. - Entrei praticamente rastejando com a dor latejante.
- Teve notícias da Aiya ? - Ryuuji me perguntou preocupado.
- Faz uma semana que a vi. Descobri que ela estava mentindo e achei egoísta, agora que quero tirar minhas dúvidas … ela simplesmente … desapareceu … - Proferi sem ter um olhar fixo.
- Não tive notícias a uma semana também, isso quer dizer que o pai dela agiu. - Agora sua feição era séria.
- Como assim ? - Me sentei no sofá ainda sofrendo com a dor.
- Ela não deve ter te contado que era herdeira de redes televisivas e comunicações. 
- Não … mas não vejo o problema …
- Primeiro ela é filha única, segundo, ela é mulher, terceiro, ela é fraca da saúde desde pequena, ou seja, sua expectativa de vida é pequena. A mãe dela não pode ter filhos, a Aiya foi um milagre, mesmo que tentassem não conseguiram ter mais filhos, a Aiya é super protegida pela mãe por isso e por ter câncer essa proteção foi absurda. Quando estávamos na escola, ela andava com guarda-costas e não tinha amigas, os pais dela me odeiam por todas as vezes que saímos juntos. Suas poucas histórias foram comigo, sua maior parte da vida foi em um hospital ou em sua casa. Agora provavelmente foi arrastada pelo pai para uma cirurgia em algum país de melhor recurso, se tudo der certo ela será forçada a se casar e gerar um herdeiro saudável para seu pai. 

                    Eu escutava tudo com os olhos fixos na pulseira que ela deixara para mim, era uma história difícil de digerir, algo que parecia uma história de filme, não podia estar acontecendo comigo, muito menos com alguém que estimo, senti enjôo por ela, se eu soubesse antes, eu teria mostrado mais coisas, teria feito mais coisas, estaria ao lado dela. Meus olhos marejavam ao imaginar todo o sofrimento que ela passou sozinha, tudo, sozinha. Meus sentimentos estavam em oscilação extrema, me sentia pior, sentia mais raiva por ela ter ocultado tudo, mas ao mesmo tempo eu me sentia insuficiente por não ter feito mais, sentia sua falta, a queria comigo de novo, nós dois naquele apartamento, só nós dois. Sai da casa do Ryuuji, peguei um taxi e fui direto para a residência dos Hibiki, não imaginava nunca que ela morava em uma mansão daquelas, engoli em seco e fiquei ali parado por alguns minutos, fui até lá, mas sem nenhum plano em mente. No desespero fiz o pior. Apertei a campainha e sai correndo, infantil, mas se de repente alguém saísse e se … ela saísse ? A pouca expectativa foi destruída, ninguém atendeu a porta. sentei ali na frente e acabei dormindo ali a espera de algo acontecer. Nada inteligente e muito menos eficiente. Não havia ninguém naquela casa, mesmo assim fiquei até dar o meu horário de voltar para a Coréia. Assim o tempo foi passando, eu fazia meu trabalho na Coréia e quando ia ao Japão, entre os compromissos eu ia naquela casa e ficava ali, esperando por algo até o quanto podia, assim se passaram dois anos. Os meses iam se passando e as perguntas continuavam sem resposta, não havia meios de fazer algo, um assunto inacabado que ainda me incomodava e fazia sentir mais sua falta, seu cheiro, seu toque. Com o comeback estava praticamente impossível de fazer a minha ronda naquela mansão enorme, apesar disso, estar ocupado me ajudava a manter são. Chegamos no Japão para a turnê mundial, seria show atrás de show, até a gravação de outro MV, entrevistas, programas e tudo mais para o retorno. Fiquei em um quarto com Ji Yong e Young Bae Hyung, estava cansado e me deitei enquanto mexia no celular, estava quase dormindo quando ouvi Young Bae:

- DAEBAK! A CHIBI ! - Sua voz era de entusiasmo.
- Parece a ladra. - Proferiu Ji Yong. 

                    Me levantei em um pulo e ali estava, Hibiki Aiya herdeira da HBK TV ao lado de seu pai, séria e com roupas sociais acompanhada de uma postura rígida. Ela estava viva. 

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