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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

What can I do - Parte 36


                    Meus olhos tentavam filtrar seu interior, procurava um vestígio sincero de si, para então confirmar o que meu corpo sentia ao me aproximar não apenas do seu físico como também de sua essência. Algo em mim não acreditava em suas palavras, seu olhar desfocado e trêmulo tentando proferir sentenças frias no intuito de me repelir. Ao “ouvi-la” hesitar antes de responder me deu segurança, não iria desistir novamente, não seria mais uma separação transformada em um “top hit” escrita por Ji Yong Hyung e cantado por nós. Só precisava descobrir seus motivos. Aproximei nossos lábios e sincronizei nossa respiração, sua pele suava de uma forma gélida, provavelmente uma receita de angústia, nervosismo e ansiedade. Seus olhos brevemente miraram os meus e Aiya tentou fugir novamente, impedi envolvendo meus braços ao seu redor, sua cabeça se aninhava no meu peito como antes fazíamos em nosso espaço particular, o qual estava cheia de lembranças. Esse momento não durou muito, ela se debateu de uma forma infantil gritando sussurros.

- Não tente esse método mulherengo comigo ! Eu já disse que não gosto mais de você ! Saia daqui ! Vou chamar os seguranças !

                    Aiya nunca fora forte, a soltei não de desistência, ela já era minha. Seu coração não se desligaria do meu e mesmo falando mentiras e tentando me expulsar, eu a achei fofa, só queria beija-la ali mesmo. Apesar da vontade, apenas sorri e voltei me sentindo um Romeu. No dia seguinte minhas pernas coçavam para fazer o caminho até a mansão, porém tinha agenda a ser seguida. Gravei um programa com Daesung e depois houve gravação em uma estação de rádio, apesar do trabalho, meus pensamentos se ocupavam com formas de entrar em sua casa sem ser visto ou sem ter que visitar seu pai novamente. Fui até lá disfarçado, procurei pela famosa “porta dos fundos” e encontrei fácil, entretanto a invasão não seria caracterizado pelo mesmo adjetivo. Haviam câmeras de seguranças vigiando a área de serviço, além dos quartos dos empregados. Na noite passada me sentia Romeu e agora um espião secreto, tudo que eu queria era estar ali com ela e não em um cenário tipo filme, bastava o drama todo de sua doença. Apesar do esforço a segurança era forte demais, fui pego por dois grandes homens e desmaiei ao ser golpeado na cabeça, acordei atordoado e em um lugar desconhecido, na tentativa de me movimentar percebi as cordas em meus pulsos e pernas, seria sequestro ou uma execução ? Engoli seco ao ouvir a porta se abrir por trás, a voz de uma mulher familiar, mas não tão próxima ordenou em japonês.

- Não faça barulho, senão te denunciarei ao senhor Hibiki e a ojou-sama se machucará de novo. - Que diabos ela falava, o que estaria acontecendo ? Fiz o ordenado e a mulher se revelou, era a governanta que acompanhava a Aiya e seus dois seguranças. 
- Eu só estava … 
- Shhh. Vamos conversar, me responda de forma breve. - Acenei com a cabeça sem entender. - Você ama a Ojou-sama ? 
- Sim, com toda a certeza, eu não consigo vi… - Fui interrompido por uma faca mirada no pescoço. 
- Respostas breves. - Esta senhora aparentava ser tão pacifica, profissional e contida, porém as aparências enganam e lá estava uma mulher relativamente velha apontando uma faca de açougue e com um cutelo na outra mão. 
- Sim senhora. - Ela estava totalmente no controle.
- Vamos fazer um acordo, eu te ajudarei a se encontrar com a Ojou-sama sem que o senhor saiba, porém você tem que protege-la, se não o fizer mando meus contatos da Yakuza te seguirem e fazer com que nunca tivesse existido. 
- Eu sou bem famoso … vão notar … 
- CALA A BOCA ! - Me assustei e fechei a boca imediatamente, sempre soube que falava mais que o necessário, porém até este dia ninguém havia feito me calar tão rápido, nem o YG e nem minha mãe. - Sempre que precisar liberarei sua entrada, se prometer protege-la e faze-la feliz. - Sua feição se tornou dolorosa, pude ver claramente apesar da voz forte e pose ameaçadora.
- Eu prometo. - Minha sinceridade foi bem entregue e pude ser libertado. - Só … me diga o porque está me ajudando. - Minha boca sempre inquieta.
- A Ojou-sama que deve te contar tudo, estou nessa família desde antes de seu nascimento, já vi coisas que ninguém aguentaria, agora eu quero tentar mudar isso, a Ojou-sama é uma menina pura e cheia de sonhos, infelizmente possui um corpo frágil e mesmo em um berço de ouro, teria sido melhor se ela nascesse em outra família. - Seu suspiro fora profundo e marcas profundas do passado se revelaram em seu rosto. - Suba antes que o senhor Hibiki chegue.

                    Recebi um boné e uma máscara branca simples, sorri para ela e os seguranças me guiaram por um caminho seguro até o quarto, Aiya ainda não estava lá, me sentei em sua cama e fechei os olhos, o aroma do seu perfume me circundava, inevitável para a mente não imaginar seu dia-a-dia, sentada em sua penteadeira enquanto penteava seus cabelos, seus olhos pesados se olhavam pelo espelho perdida em pensamentos misteriosos, seus passos suaves e delicados atravessavam o quarto até o banheiro, sentada sozinha na banheira enquanto abraçava suas próprias pernas, sua silhueta a escolher alguma roupa em seu closet, seu pequeno rosto franzido por algo incompreendido pelas pessoas ao seu redor e palavras e mais palavras que a afastava de quem se aproximava. Não sabia ao certo o porque de tê-la imaginado dessa maneira, quando em Seul estava sempre sorridente, expressiva e cada vez mais próxima dos meus Hyungs. Deitei em sua cama, estava gelado, não sabia como havia passado esses últimos anos, mas sua feição mudara e esperava que seu coração estivesse intacto, mesmo em dúvida, acreditaria nos meus instintos e não desistiria. Levantei em um pulo ao ouvir passos se aproximando, me escondi no closet e a esperei para surpreende-la. Aiya entrou suspirando e impedindo seus empregados de a ajudarem, a porta fora fechada bruscamente, seus sapatos foram jogados em algum canto, me aproximei quando ela estava deitada, suspirando. 

- AISH! - Seu susto fora engraçado, a segurei para que não caísse da cama.
- Não acho que se esqueceu de tudo do seu passado. - Sua feição confusa me fizera sorrir. 
- Eu estou cansada, então saia. - Aiya ficava tão linda ao se fazer de difícil.
- Podemos dormir, sempre tenho falta de sono. - Aninhei sua cabeça ao meu peito.
- Para com isso, eu já te disse para não voltar mais aqui, eu vou chamar os seguranças. - Suas mãos tentavam me afastar, mas tudo aquilo era tão fofo que não resisti e acabei por roubar um beijo rápido, apertei suas bochechas com uma mão.
- Nesses dois anos, nunca me perdoei por te deixar desaparecer, ainda não sei ao certo o que aconteceu, mas estranhamente consigo confiar em você, então não vou mais desistir … - Fui soltando suas bochechas aos poucos, seu olhar estava desfocado e sua franja caíra sobre seu rosto. - Apenas se você realmente estiver triste ao meu lado, só assim eu te deixarei. - Arrumei seu cabelo e olhei para seus olhos que ainda me evitavam. 
- Pare de falar palavras bonitas, estou mais feliz longe de você, eu sou uma mulher sem sentimentos, apenas aproveitei o momento de namorar alguém famoso e me cansei, se entendeu, vá embora. 
- Não acredito em você. Olhe nos meus olhos. 
- Isso não tem relação, Lee Seung Hyun-ssi, você foi apenas um caso passageiro. - Ela se sentou de costas para mim. 
- Por que eu ainda acho que você me ama ? - Tentei envolver meus braços em sua cintura, porém Aiya se levantou bruscamente e se virou para mim com os olhos mareados.
- Por que é burro, está sendo enganado por mim, é tudo uma ilusão, me esqueça e vá viver sua vida e POR FAVOR, pare de vir aqui. - Ela parecia realmente alterada, mas eu não podia ir sem entender seus motivos.
- Não quero. - Fui sincero e talvez um pouco imaturo, mas necessário. 
- SAIA DAQUI ! - Objetos não mortais foram atirados em minha direção, entre eles travesseiros, bolsa, celular, e etc. - PARA DE SER IDIOTA, MAS QUE DROGA! Eu sou a merda de uma bomba relógio, então saia daqui e me delete. - O pouco esforço a fazia ofegar, fui em sua direção e coloquei a mão em sua face.
- Gosto de adrenalina. - Mesmo com a forte dor no peito pelas suas palavras e muitos questionamentos, primeiramente a consolei. 
- Me deixe sozinha. 
- Eu te amo. 
- Não … pare de falar, só … saia por onde entrou. 
- Suas palavras contradizem seu coração. - Sorri.
- Pare de tentar me conhecer mais do que eu mesma !
- Então porque … 

                    Apontei para sua mão que estava se agarrando a bainha da minha blusa, suas atitudes estavam hipnotizando meu ser, suas ações e feições estavam me cativando, a puxei para mim, envolvendo-a , me apossando apressadamente de seus lábios, apertei o abraço sinalizando que não a deixaria e Aiya não resistiu, correspondeu ao beijo de uma forma intensa se segurando fortemente em minhas roupas. Sentir sua respiração, perfume, poder toca-la fazia meu corpo todo ficar fora de controle, entrelacei meus dedos em seus cabelos, acariciei sua nuca, sem separar nossos lábios, fomos sugados pela cama, quando me dei conta já estava sobre seu corpo, pronto para toma-lo, apesar de Aiya não ter me afastado, parei por um momento e olhei para seu rosto, apesar da vontade de possui-la por inteira, sua saúde e sua vontade eram prioridades, nunca mais iria repetir o ato animalesco do passado, seu rosto choroso e assustado era meu maior pesadelo, meu maior pecado, meu maior arrependimento. Sussurrei se estava tudo bem prosseguir, não houve uma resposta proferida por palavras, mas seu beijo sinalizou uma afirmação, assim pude me sentir livre para amá-la da forma intima e pessoal, como no passado. Apesar do desespero de um contato e a ansiedade, fiz questão de executar com cuidado, beijar calmamente todo seu corpo, acariciar, aproveitar aquele momento, captar profundamente as sensações e sentimentos, assim como os batimentos irregulares de nossos corações. Aiya estava quieta, pois ainda não conseguia me encarar, depois de nos relacionarmos de forma envolvente e coberta de lembranças e saudades, fomos tomar um banho de banheira, ainda sem conseguir olhar para mim, ela se sentou de costas , com cuidado prendi seus cabelos, de uma forma desajeitada e apesar da minha pouca habilidade com cabelos femininos, sua nuca a mostra e suas costas solitárias eram sensuais, coloquei as mãos em sua cintura e a puxei para mim, suas costas não seriam mais frias enquanto estivesse ao seu lado, encostei meus lábios em seu pescoço e contemplei aquele nosso momento juntos. 

- Está … tudo bem com você ? - Perguntei hesitante. 
- Huhum … - Peguei o sabonete e comecei a ensaboar suas costas suavemente.
- Não sabia que pequenas coisas podiam se tornar tão grandes. - Não havia recebido uma resposta, deixaria ela se abrir aos poucos. - Me deixe ver seu rosto. - Ela se virou de uma forma tímida e a segurei para que ficasse próxima a mim e não encostada a outra extremidade da banheira, não pude conter o sorriso. - Tão linda. - Pude ver seus lábios expressarem uma felicidade discreta.
- Só minhas costas serão lavadas ? - Sua voz era baixa, mas calorosa.
- Vou continuar o serviço Ojou-sama. - Soltei um riso e continuei a ensaboar seu corpo.
- Não se aproveite da situação … 
- Nem um pouco ? - Pousei a mão sobre seu seio. 
- Nem um pouco. 
- Senti tanto a sua falta … - Minha sinceridade estava transbordando, uma necessidade me expressar o máximo dos meus sentimentos a ela.
- Um pouco estranho ouvir isso com a sua mão ai … - Nós rimos brevemente do cenário. - Você esteve bem ? Ah … Não responda … - Sua hesitação advinha de sua culpa em mentir para mim.
- Fisicamente estive bem, sexualmente não e sentimentalmente atordoado, mal no começo, arrependido depois e decido até então. Todo ser humano conta mentiras, mas me machuquei mais com o seu desaparecimento e agora eu estou aqui.
- Não é tão simples.
- Não é tão simples você estar longe de mim.
- Eu te falei, eu sou uma bomba relógio, não vou viver tanto quanto as outras pessoas. - Seu olhar ficou escuro e evitava o meu a todo custo. 
- Eu sei … será pior se eu desistir agora, prefiro, aproveitar todos os momentos possíveis. 
- Não fale assim. - Sua voz saíra tremida.
- Se levante, vamos nos secar. - Me levantei, sequei meu corpo rapidamente, enrolei a toalha na cintura e rapidamente peguei uma outra toalha para ajudar a se secar.
- Eu posso fazer isso sozinha. 
- Mas eu quero fazer isso. - Cuidadosamente aquele pedaço de tecido absorvia as gotas de água na superfície de sua pele. - Aigoo, está tão magra … amanhã te trarei algo bom para comer.
- Não volte. - Sua voz saiu fraca, como se tivesse sendo forçada a proferir aquelas palavras.
- Talvez eu durma aqui. 
- Está louco ? - Ela se levantou bruscamente e se dirigiu até o armário vestindo algumas roupas de forma rápida. - Se troque e vá embora, eu vou realmente chamar os seguranças.
- Talvez louco de te achar fofa falando assim ? 

                    Sorri e fiz como o ordenado, minha vontade era passar a noite, porém o compromisso contratual me chamava, um programa de rádio noturno e um jantar com staffs da sessão fotográfica, tive de sair pela sacada para que Aiya não suspeitasse da minha parceria com a sua governanta e seguranças principais. Havia preparado um conjunto de roupas e guardado no carro para caso precisasse, assim consegui ir direto para a estação de rádio, cumprimentei e tirei algumas fotos com fãs na entrada do prédio, nunca achei difícil ou incomodo dar atenção as fãs. Me despedi das garotas e fui direto para a cafeteria, passei a tarde sem comer nada e além disso houve alguns exercícios extras, da próxima vez lembraria de levar algo para Aiya se alimentar também. Pedi um café gelado e um sanduíche, me sentei na cafeteria e comecei a devorar a comida, fazia tempo que eu não apreciava um alimento daquela forma. Uma figura grande porém inofensiva se aproximou de mim com um copo de café e se sentou na cadeira da frente.

- Hey, onde esteve a tarde toda pequeno Seung Hyun ? - Seu sorriso denunciava a curiosidade.
- Só … por ai.
- Algo aconteceu, você está sorrindo igual idiota. 
- Essa é a minha cara.
- Hoje teve né ? - Ele riu e me cutucou e eu o chutei por debaixo da mesa.
- Hey ! 
- Quando vamos poder encontrar a Aiya ? - Terminei a comida rapidamente e levantei.
- Hyung, vamos trabalhar.

                    Talvez minha felicidade estava tão transparente que eu não tinha controle das minhas expressões, meu animo estava diferente, me sentia renovado, essa sensação a tanto tempo sem, agora estava sob meu domínio, seu aroma permanecia em minha pele e ao lembrar da nossa tarde juntos minhas bochechas doíam e os Hyungs começaram a fazer piadas e a me questionar como loucos. Apesar da energia e atmosfera animada, meu inconsciente de tempos em tempos encarava o relógio, nossa distância diminuía cada vez mais, com pensamentos assim não pude dormir a noite, mandei algumas mensagens para Aiya, mesmo sem alguma resposta meu desejo era apenas das minhas palavras chegarem até ela. Levantei cedo e comprei café da manhã para os Hyungs, teríamos um programa de entretenimento para gravar e depois correria até Aiya. O dia passou devagar, a gravação demorara e o céu já mostrava sua face escura, comprei alguns lanches na loja de conveniência e fui para a mansão dos Hibiki, quando cheguei Aiya já estava ali. 

- Desculpa a demora. - Mostrei a sacola.
- Não estava esperando … não era para vir, se você for pego eu não vou te ajudar. - Sentei ao seu lado e colei rapidamente meus lábios aos dela.
- Depois dizia que não gostava mais de mim. 
- E eu não gosto. Só estou me aproveitando de você. - Meu coração tremia ao ver um sorriso sendo forçado a ser escondido em seu rosto, toda vez que seus verdadeiros sentimentos apareciam eu sentia vontade de beija-la e abraça-la.
- Não faz sentido, você é bem mais rica e bonita. Os Hyungs querem te ver … Daesung não parou de perguntar sobre você e Young Bae fica falando chibi isso, chibi aquilo … - Olhando para seu rosto percebi sua perda de foco, parecia estar tentando escutar outra coisa, mesmo assim continuei, porém fui calado por suas mãos e empurrado para debaixo de sua cama.
- Shhhh, fique ai, não se mexa e não faça barulho. - Obedeci e segundos depois a porta foi aberta de forma bruta e uma voz feminina que eu não conhecia começou a tagarelar em japonês.
- Minha filha, que saudade, mamãe está de volta, está tudo certo com os seus exames ? Por que eu escutei que não está comendo de novo ? Quer voltar para o hospital ? Não quero fazer isso com você, mas tem que estar saudável para me dar um netinho. - Devia ser sua mãe, porém seu modo de falar a fazia parecer obcecada, todas essas perguntas causavam medo e assustava qualquer um que a escutava. - O que é essa sacola ? - Eu tinha me esquecido da sacola da loja de conveniência. 
- Eu estou bem mãe, é apenas comida, eu fiquei com vontade comer algo simples hoje, então não precisa se preocupar. - Sua voz era desanimada.
- Tudo bem se estiver comendo algo, mas depois deve voltar a sua dieta. 
- Eu sei. 
- Amanhã vamos procurar um vestido para você, encontrei um noivo perfeito para você, seu pai é dono de grande parte do mercado chinês, ele é saudável e tem as características genéticas que eu e seu pai estava procurando. 

                    A felicidade a longo prazo possuía um longo caminho, a dor no peito voltou. Noivo ? Além de seu pai, mais um obstáculo havia surgido, o drama não tinha um fim, a vida era como uma xícara de café quente, escuro e amargo. 



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